sábado, 6 de outubro de 2012

Fanfic: Kuroshitsuji III


Kuroshitsuji III  2 Um desejo pulsante

Naquela manhã ensolarada, Ciel servia o velho nobre como todos os dias, mas seu objetivo não era esse, ele queria de fato servir á sua filha, mas ela conseguia ser uma pessoa mais ultrajante do que seu pai. Nada que ele fizera estava bom, só o que Sebastian fizera era o perfeito, era o correto. Ele nunca tinha sentido isso em todos aqueles anos. Era algo realmente novo para ele, mas o que seria aquilo? Logo com ele que nunca se ligara a sentimentos? Mesmo depois de se tornar um demônio? Era algo completamente diferente de tudo que ele já tivera sentido, mas ao mesmo tempo era revoltante, era algo que fugia do controle dele. 
Sebastian não era tolo, logo percebeu que algo estava errado com seu mestre, então ele precipitou-se, a saber, o que estava acontecendo. 
Os dois se cruzaram no enorme corredor onde ficavam os quartos e ambos se olharam, ambos com os olhos de demônio.
Sebastian sabia que aquela não era a hora para perguntar o que estava acontecendo e que Ciel logo o chamaria para conversar, então seguiu fazendo suas tarefas enquanto Ciel vagueava pela casa. 
Como ele não havia feito nenhum contrato em sua vida de demônio, ele não teria a obrigação de seguir as ordens do nobre ou de sua filha, ele era apenas o “ajudante” de Sebastian, logo estava subordinado apenas a ele, o que era bem estranho tendo em vista que Sebastian era na verdade seu fiel e eterno escravo. 
Um pouco distante da enorme mansão, ainda dentro das propriedades do velho nobre, havia uma área de grande verde com enormes árvores e animais exóticos, era algo muito bonito e calmo. Se você caminhasse até o fundo no meio dessas árvores poderia notar um riacho de água cristalina que atravessava essa paisagem verde. Ciel sabia disso, então tratou de sumir para poder ficar um tempo isolado naquela paisagem verde. Ele não era mais o Ciel de antes, memórias vinha a sua cabeça da época em que ele enfrentou Ângela na biblioteca dos Shinigamis. Ele recusou a ilusão proposta por ela para que ele tivesse memórias doces e amáveis e largasse sua vingança. Aquele Ciel não existia mais, isso não podia ser possível, ele não queria aceitar isso, mas agora ele não era conde, era uma existência vazia que teria que viver para o resto da eternidade daquele jeito. 
Ele estava sentado no chão cheio de barro úmido e com folhas caídas, cercado por arvores e de frente para o pequeno riacho com as águas calmas e claras. 
-O que esta acontecendo comigo?- Se questionava. Seu rosto estava refletivo na calma água do riacho, mas ele sentia que aquele não era ele de verdade.
-Bocchan- Sebastian apareceu atrás de Ciel, sempre alinhado e com suas roupas escuras e sua voz aveludada, mas Ciel não havia chamado Sebastian, logo ele teria feito isso de livre e espontânea vontade. 
-Sebastian, o que faz aqui?- Ciel se vira enfurecido, mesmo com a situação em que estava Sebastian ainda era seu mordomo, como ousaria segui-lo sem que ele tivesse ordenado?
Quando Ciel o olha frente a frente ele percebe que seu mordomo estava sorrindo, uma expressão de felicidade em seu rosto talvez, ele nunca tinha visto isso antes. 
-O jovem mestre realmente está diferente de antes- Sebastian mais uma vez voltou a dizer sobre a diferença de Ciel, mas dessa vez sem ironia ou sarcasmo, ele continuava a sorrir o que deixava Ciel mais enfurecido. 
-O que está falando? Não diga bobagens, eu continuo o mesmo- Ciel esbravejava isso aos quatro cantos talvez para se convencer do mesmo. 
-Bocchan... – Sebastian continuava com um sorriso no rosto e isto deixava Ciel enfurecido. 
-Eu ordeno que pare de rir, está me ouvindo Sebastian Michaelis?- Ordenou Ciel rangendo os dentes. 
-Yes, My Lord- Obedeceu Sebastian fazendo uma leve reverencia. 
- O que o Sebastian acha que está fazendo? Ele não pode tomar atitudes por conta própria- Esse pensamento veio à cabeça de Ciel enquanto ele olhava para Sebastian que tinha algo diferente em seu semblante. 
-Bocchan, você é realmente uma alma e tanto, meu tão delicioso jantar- Sebastian deixou Ciel caminhar na frente e quando ele não estava olhando seu semblante mudou para algo tenebroso, seus olhos ficaram com uma cor rosada e suas pupilas fendidas como as de uma cobra, um leve sorriso tomou conta de sua face enquanto ele observava o pequeno Ciel caminhando entre a mata.
Tempo depois, já no salão da enorme mansão, Ciel se viu ajoelhado perante aquele nobre repugnante enquanto ele esbravejava “Garoto maldito, você é inútil” e lhe jogava uma bandeja de comida com todo o rancor e desprezo. 
-Sebastian, Sebastian- gritava o velho caminhando de um lado para o outro.
-Sim, meu lorde- Sebastian surgiu ao fundo caminhando, mas não pode deixar de notar o jovem Ciel curvado perante o nobre e achou aquela cena um tanto quanto irônica e surpreendente 
-Leve esse moleque daqui, eu não quero vê-lo por um bom tempo- ordenou o nobre. 
Ciel permaneceu de joelhos e rangendo os dentes pensou consigo mesmo – Velho maldito, quem ele pensa que é? Eu sou Ciel, Ciel Phantomhive... Ele... – nessa hora ele se lembra de que já não era mais o “Cão de guarda da rainha”, mas mesmo assim o ódio o consumia, ele não aceitava passar por toda aquela humilhação. Sebastian só o servia porque Ciel permitirá, se ele quisesse poderia acabar com tudo aquilo e destruir o velho que lhe provocara aquela humilhação, mas não seria justo com Sebastian, então ele apenas respirou fundo e se levantou dizendo - Perdão meu lorde-. Fazendo uma reverencia para ele e dando as costas ele saiu de cena com o coração cheio de maldade e ódio, mas apenas Sebastian conseguiu notar sua áurea negra e revoltante. 
O velho instruiu Sebastian a ir até o centro resolver os afazeres que lhe eram necessários, logo apenas Ciel estaria responsável pela casa, mas como o velho estava enfurecido com ele, provavelmente não iria chama-lo para nada até que Sebastian retornasse. No fim Ciel estava certo, o nobre se fechou em seu quarto e não o chamou para nada, então ele teria mais tempo para pensar consigo mesmo, mas para sua surpresa ele foi chamado pela filha do nobre. 
-SEBASTIAN, SEBASTIAN- gritava a garota com uma voz aguda e irritante em seu quarto. 
Ciel entrou no quarto dela ainda muito receoso e disse –Yes My lady - fazendo uma breve reverencia a ela. Nessa hora ele se sentiu como Sebastian e veio a sua mente a imagem de seu mordomo curvado perante ele dizendo com sua voz aveludada “Yes My Lord” 
-Eu chamei o Sebastian, não você moleque atrevido- esbravejou a garota em pé no meio do quarto e completamente nua. 
Quando Ciel levantou a cabeça para poder respondê-la ele não podia acreditar no que estava vendo, ela estava completamente pelada bem na sua frente, mas porque diabos ela faria isso? 
Seu corpo tremeu e ele sentiu algo dentro de si que ele nunca havia sentido. Seria essa sensação a excitação que um homem sente por uma mulher? Sensação essa que ele nunca tivera com Elizabeth? Como seria possível? Ele era um demônio, deveria ter sido privado de todo e qualquer sentimento ou sensação humana, mas parece que não era esse o caso. 
-Em que posso ajuda-la My Lady? - Pergunta Ciel ainda sem crer no que vê
-Onde está o Sebastian?- Pergunta ela com um tom de raiva na voz e as bochechas vermelhas de frustração. 
-Ele teve que sair sob ordens de seu nobre pai, mas, por favor, permita-me ajuda-la- sugeriu Ciel completamente obediente a ela. 
-Só quem me chama de “My Lady” é o” Sebby”, para você é Lady Myra, fui clara? 
Myra era o nome dela, o verdadeiro nome dela e era o mesmo de sua falecida mãe, por isso ela tinha tanto orgulho e ostentação em pronuncia-lo.
-Claríssima lady Myra- Ciel embora estivesse falando com ela não conseguia desviar seus olhos daquele corpo, mas ele não podia deixar que ela notasse. 
Ele tentava disfarçar sua excitação desviando o olhar a todo o momento enquanto ela caminhava de um lado para o outro no quarto. 
-É sempre o Sebastian que faz isso, mas como ele não está aqui... - Suspirou a jovem e sexy filha do nobre
Nessa hora Ciel ficou em estado de alerta e seus olhos se arregalaram, o que Sebastian fazia com ela? 
-Você garotinho, me vista- Ordenou Myra.
Ciel não podia acreditar na ordem dela, era algo surreal, mas agora ele sabia quais eram as ordens de Myra para Sebastian.
-Você é surdo? Eu disse para me vestir- Myra parecia estar se enfurecendo, ao dar lhe a ordem aos berros e com extrema estupidez, mas Ciel ainda precisava assimilar todas aquelas informações.
Ele queria entender o porquê de estar se sentindo assim, pois, ele pensava que demônios não eram capazes de sentir atração sexual por qualquer outra pessoa ou demônio, vide as vezes que Sebastian tinha que seduzir uma garota ou manter relações com ela ele acabava dizendo “Não importa em que lugar isso seja feito, isso fede”. 

Pelo visto o jovem Ciel ainda precisava descobrir muitas coisas sobre os demônios e o mundo que os cerca. 


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