quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Fanfic: Kuroshitsuji III



Kuroshitsuji III  Capitulo 4 Aspirante a mordomo.

Depois de fazer a reverencia, Ciel trata de olhar nos olhos de sua atual mestra e encarar seu semblante nem tão assustado assim. Agora as lágrimas se misturavam com o leve sorriso em seu rosto. Ela ajeitava o cabelo e uma expressão paranoica tomava conta de sua face. Sua mão ainda tremia, mas agora ela estava diferente de antes, era como se o mal tivesse acordado de dentro dela. 
Longe dali, na brisa gelada da noite estava Sebastian estava agachado no chão acariciando um gato preto com olhos vermelhos assim como os de um demônio. Aquele lugar lhe era bem familiar apesar de tudo, foi ali que ele tentou pegar a alma de Ciel pela primeira vez e devido a seu fracasso ele deixou o lugar em ruínas. As lembranças vinham a sua mente enquanto ele acariciava o gatinho. 
Ele acariciava suas orelhas e gato parecia estar se sentindo muito bem com tudo isso, sua expressão era de que aquele carinho era muito bom, mas repentinamente Sebastian se levanta apreensivo e olha para a lua brilhante no céu. 
- Bocchan- Diz Sebastian ao vento que batia em seu rosto. Ele estava pensativo, mas já sabia que seu mestre havia realizado um contrato. 
-Sebastian Michaelis- Uma voz surgiu do nada e Sebastian apressou-se a ver quem havia chamado seu nome. 
-Finalmente você tomou a forma humana, não é?- Questiona Sebastian com um sorriso no rosto.
-Ser um gato tem suas vantagens, não acha Sebastian?- A silhueta de uma pessoa se apresentou a sua frente, mas sua face não foi apresentada, apenas sua voz era doce e sutil. 
Sebastian parecia estar feliz de ver aquela pessoa, um sorriso demoníaco estava estampado na sua cara e sua sombra destorcida por uma áurea negra. 
-Há quanto tempo você não faz isto Sebastian? 
 Sebastian seguiu com um sorriso que virou uma pequena e discreta risada e seus olhos mudaram de cor, ele foi tomado por penas que desciam ao seu redor enquanto sua voz se transformava  e chão a sua volta ficou trincado. Naquele momento o ar estava mais  frio e cortante como nunca. Ele estava adotando sua verdadeira forma assim como no embate com o Anjo insano. 
-Agora você é meu mordomo, certo?- Questiona Myra à Ciel
-Sim Lady Myra- Responde Ciel obediente como nunca. 
Myra pausou por um tempo e pensou em algo, o silencio foi realmente perturbador, mas depois de uns segundos ela ordena que Ciel a deixasse sozinha em seu quarto. 
Ciel acaba por obedecer a suas ordens, sem muito que fazer ele saí do seu quarto, mas não como Ciel de sempre, ao sair do quarto ele já era o verdadeiro demônio, agora seu lado humano estava completamente reprimido pela sua saborosa refeição. 
Ciel saiu da mansão para contemplar a lua lá fora que estava bela. Ele sentia sangue correr pelas suas veias e seu coração disparar, uma sensação boa de mais para ser verdade. 
-O cheiro dela, aquela alma, ela me excita. – Pensou Ciel consigo mesmo no meio da noite silenciosa. 
-Bocchan- A voz atrás de Ciel era inconfundível, Sebastian estava ali, atrás dele. 
Ciel vira-se imediatamente e contempla Sebastian de pé na grama com um gato nos braços. Ele parecia realmente contente, pois, era sabido que ele tinha uma enorme fascinação por gatos, mas aquele gato era realmente diferente. Era realmente belo. 
-Onde você esteve Sebastian?- Questiona o jovem Ciel com um ar de fúria. 
-Meu mestre, estive apreciado essa noite e achei um belo gato, o que acha dele?- Sebastian estica seus braços para próximo de Ciel para que ele pudesse ver o gato mais de perto. 
O gato tinha olhos enigmáticos e que fixavam nos olhos de Ciel. Os dois se olharam fixamente por uns segundos até que Ciel respondeu –Não me importo com isto, eu nunca gostei tanto de gatos, você sabe- Mas isto foi apenas uma tentativa de disfarçar o mal estar que sentira ao olhar o gato. 
Sebastian sorriu e seguiu dizendo – Vejo que você fez um contrato, não? Como se sente agora que se pode dizer que você é um demônio de verdade?- 
Ciel apenas respondeu secamente - No fundo eu sempre fui um demônio, abracei o ódio e abandonei os sentimentos há muito tempo- Ciel olhava para Sebastian, mas era como se seus olhos olhassem o vazio, o distante.
 - Um demônio com sentimentos? Com desejos? Você é realmente interessante jovem mestre- Sebastian mais uma vez coloca em prática sua arte de ser sarcástico e cutucar seu mestre sempre que possível. 
-Cale a boca Sebastian, é uma ordem. Retire o que você disse, entendeu?- O sangue subiu pelo corpo de Ciel que esbravejou para que Sebastian retirasse o que disse. 
Como sempre ele apenas sorriu e não deu atenção para o ataque de fúria do seu mestre.
Ciel o olhava com fúria e rangia os dentes, mas Sebastian o olhava sorrindo e sem preocupações. 
-Miau- O gato em seu colo miou e cortou o clímax entre os dois. – Bocchan... Acho que vou ter que deixa-lo, o gato está com fome... Vou ter que alimentar o pobre gatinho – Disse Sebastian com um sorriso fraterno na face. 
-Sebastian, está com dó deste gato? Que demônio mais estranho. 
Sebastian apenas sorriu e fez uma leve reverencia a Ciel, deixando-o sozinho do lado de fora no sereno e no vento. 
Quando Ciel fechava os olhos ele podia ouvir a voz de Sebastian e ver seu sorriso irônico. As palavras dele repetiam em sua cabeça “Um demônio com sentimentos? Com desejos? Você é realmente interessante jovem mestre”.
-Sebastian, seu maldito, porque tem que dizer essas coisas?- Murmura Ciel consigo mesmo. 
Na manhã seguinte Ciel já estava servir sua nova mestra. Estava se esforçando para fazer todo o trabalho, de comida a vestimenta, mas faltava muito para ele chegar aos pés de Sebastian, afinal aquele era seu PRIMEIRO contrato na sua vida de demônio. 
Estavam todos na extensa e farta mesa no café da manhã. Na ponta estava o nobre com Sebastian em pé ao lado, perfeitamente alinhado enquanto o velho degustava a comida. 
Na outra cadeira um pouco distante estava Myra e Ciel estava ao seu lado também, tentando copiar a postura de Sebastian. Ele ficava com seu olho entreaberto e observava como Sebastian permanecia de pé e tentava copiar sua postura exatamente igual. 
-Essa merda está horrível, parece lavam para os porcos- Gritou Myra ao colocar um pouco na comida na boca. 
 Nessa hora Ciel que estava com os olhos fechados se apavorou e os arregalou, mas só deu tempo de ver o prato de comida voando em sua direção e ela gritando –Faça outra comida, ande, faça- 
O velho conde não entendia porque ela estava comandando Ciel, mas para ele não interessava, era melhor que sua filha ficasse com Ciel, assim o garoto não iria lhe infortunar mais. 
 Humildemente Ciel se abaixou, pegou o prato, limpou os restos de comida e disse - Yes Lady Myra... Irei fazer outra comida- e nessa hora ele se lembra do trato que dera a Sebastian á muito tempo atrás. Tivera que engolir seu orgulho e seguir em frente
Depois daquele café da manhã um tanto quanto perturbador, Ciel e Myra saíram para caminhar pelas ruas e pegar um pouco de ar fresco, mesmo contra a vontade de seu pai que preferia que ela estivesse na guarda de Sebastian. 
-Meu pai é insuportável- Diz Myra à Ciel enquanto caminha pelas ruas e observa o movimento das pessoas. 
-Ele só se preocupa com a senhora- Responde Ciel em um tom baixo e calmo, como nunca tivera feito antes. 
-Ah, tudo conversa, meu pai é um tremendo pé no saco, mas o que eu posso fazer? Acho que este é o meu preço – Nessa hora uma fagulha de curiosidade fez gerar uma explosão de pensamentos em Ciel. Agora ele tinha acabado de perceber que não conhecera a família para qual trabalhava, nunca tivera interesse em perguntar os detalhes do contrato que o pai dela tivera com Sebastian. Talvez fosse hora de tomar uma providencia a respeito. 
-Vamos parar aqui- Disse Myra em frente a uma loja de perfumes. Ciel não podia crer que teria que entrar numa loja de perfumes. 
Myra entrou na frente e meio a contragosto Ciel seguiu atrás dela e enquanto ela tratava de experimentar e buscar o aroma perfeito Ciel permanecia apático a tudo aquilo. Era realmente deprimente toda aquela situação. Aquela foi o dia e à tarde de Ciel e sua mestra. Ela parecia não estar preocupada com sua vingança, isso o deixava nervoso, ele queria acabar logo com isto para poder se alimentar, mas ela parecia querer aproveitar mais o tempo do que se focar na vingança pela qual tinha feito o contrato. Naquele dia ela estava radiante fazendo compras, não havia tocado no assunto e havia mudado completamente o semblante de ontem à noite. Será que ela pensará que tudo não foi um mero sonho? A marca em seu olho a impediria de pensar assim, de achar que tudo foi um sonho. 
Ela tinha vários perfumes em seu poder, o cheiro estava grudado nas roupas de Ciel e ele não se agradava com o cheiro. Na verdade ele não se agradava com a situação humilhante que um outrora conde estava passando. 
-Finalmente eu pude sair... – Myra diz isto com um alivio no peito e um ar de felicidade, como se ela não saísse de casa há muito tempo.
Ciel vendo a felicidade de Myra acaba por perguntar – Lady Myra não costumava sair?- Nessa hora sua expressão de alegria vira pesar e tristeza e ela fica um tempo em silêncio. 
O sol estava sumindo e Ciel teria que levar Myra para casa, como prometido para seu pai... Ele teria que levar ela para casa antes do anoitecer, mas ela parecia não querer voltar tão cedo. 
Ela ignorou a pergunta de Ciel e voltou a sorrir ao olhar o por do sol no horizonte enquanto caminhava pelas calçadas já quase vazias. 
-Que dia lindo, não é?- Pergunta ela a Ciel. 
Ciel sem muito que fazer apenas concorda, mas antes que ele pudesse dar conta de algo e retomar sua pergunta ele é surpreendido por uma súbita corrida de Myra sem destino aparente. Ela corria e sorria enquanto Ciel a seguia o mais rápido possível   
-Espere Lady Myra, espere. – Grita Ciel, mas ela era muito rápida para seu tamanho, dobrou a esquina e quando Ciel deu por conta ele já havia perdido a menina de vista. 
E agora? O que fazer? Porque ela tomou uma atitude daquela? Ele olhava para um lado e para o outro, mas não achava ela, como ela pudera ter sumido assim? 
Um tempo passou e um misto de raiva com frustração tomou conta de Ciel.
-Pense, pense, como você vai encontrar essa menina?- Se questiona Ciel

Nessa hora ele sentiu seu corpo tremer e mão que estava gravado o contrato começou a arder, arder como brasa. Seu corpo tremia e ele podia ouvir a voz clara de Myra dentro de sua cabeça. Quando deu por conta do que estava acontecendo ele já está de pé na frente de  cinco caras  de grande porte físico a sua frente. Ele não entendia aquilo muito bem,  mas quando ele olhou para trás por um segundo ele pode ver Myra no chão assustada com seu olho onde estava marcado o contrato brilhando fortemente.
Ele deduziu que ela havia chamado ele através do contrato e que ele tivera chegado ali tão rápido graças a isso. 

-De onde você apareceu?- Questiona um deles 
-Não importa, mata assim mesmo- Diz o outro. 
Nessa hora todos foram para cima do pequeno Ciel que parecia frágil perante aqueles brutamontes, mas Ciel por incrível que pareça agiu como se fosse um perito em artes marciais. Nenhum dos homens podia tocá-lo, ele era capaz de se desviar de todos os golpes e revidar de uma forma que era sobre humana. Era como se fosse automático, era como se todos se movessem como tartarugas perto de seus olhos. Seria este seu poder demônio? 
No fim estavam todos caídos no chão se contorcendo em dor e gemendo. 
-Bem, eu acho que vocês aprenderam a lição, não é? Pergunta Ciel com imponência.
-Esse deve ser o guarda costas dela, mas ele mais parece um moleque com cara de menina, como ele pode ter todo esse poder?- Questiona um dos capangas 
Nessa hora toda a imponência de Ciel cai por terra e suas bochechas ficam vermelhas de raiva e ele esbraveja - Quem tem cara de menina aqui? Hein? HEIN?
Ciel mal terminou de pronunciar sua frase direito já foi alvejado por vários tiros disparados das armas de todos os homens ali presentes. Myra que estava logo atrás dele ficou chocada com aquilo, ela mal podia piscar tamanho o choque do que acabara de ver. 
Ciel recebe o impacto das balas, dá um passo para trás, mas não cai. Ele permanece de pé, mas suas roupas estavam em frangalhos. Ele olha para seu corpo e vê as balas encravadas em seu peito, em suas pernas e até na sua testa. Estava tudo em carne viva, mas ele não sentia dor, não sentia nada. 
-Então é assim que o Sebastian se sentiu... – Indaga Ciel a si mesmo relembrando a cena que Sebastian é atingido por vários tiros na tentativa de salvá-lo. 
-Parece que a história se repete- Prossegue ele em pensamento. 
Nessa hora ele dá um leve sorriso e antes que pudesse ter uma reação os bandidos acabam por fugir desesperados. 
-Quem é você? Um demônio? O diabo?- Gritavam eles. 
Ciel calmamente responde com um sorriso irônico na fase "Eu sou só um simples mordomo demônio" (Watashi wa akuma de shitsuji desu kara).
Quando ele se vira para Myra ele pode ver o estado deplorável que ela estava, assustada, com seus olhos arregalados e completamente descabelada. 
-Lady Myra, a senhora está bem? Por valor, deixe-me ajuda-la a se levantar- Diz Ciel estendendo a mão com um largo sorriso no rosto. 
-Ciel está sorrindo? Não é comum o ver dar um sorriso desses... Espontâneo e desprovido de ironia- Se questiona Myra enquanto olha para Ciel sorridente com o braço estendido. 
 Ao se levantar ainda com a ajuda de Ciel ela fica surpresa com a atitude e com o poder que ele possuía. Ele era realmente incrível. 
-Vamos para casa Lady Myra?- Pergunta Ciel ainda com um ar plácido e tranquilo. 
-Sim, vamos, é melhor. – Responde ela dando as costas para Ciel e seguindo na frente. 
Nesta Fração de tempo o semblante de Ciel se transforma de algo calmo e plácido para uma feição demoníaca e em um gesto peculiar ele passa a língua nos lábios com um sorriso perverso no rosto e olhos vermelhos. 
-Minha saborosa alma... Só minha... – Diz Ciel a si mesmo. 
 Longe dali, gritos ecoavam numa mansão tão bonita quanto a de Myra. Gritos de dor e desespero. 
Dentro de um enorme salão de jantar, absolutamente só na longa mesa havia um homem cujo rosto não era possível se ver, mas sua voz era calma e tranquila ao dizer “Ciel Phantomhive e Sebastian Michaelis, acho que esse jogo será divertido”

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