quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Fanfic: Kuroshitsuji III


Kuroshitsuji III: Capitulo 1 A vida de demônio.

Já se passaram muitos anos, trinta ou quarenta, não se sabe ao certo, mas aquele não era mais Ciel Phantomhive, era apenas um demônio, um demônio assim como o ser que ele mais considerava e gostava neste mundo. 
Desde daquela vez que deixou a mansão de seus pais para poder viver toda a eternidade ao lado de seu grande mordomo negro, Ciel não tivera sido feliz, sua existência apesar de eterna não era tão feliz quanto imaginava ser. A vida eterna de um demônio era muito mais pesada do que pudera imaginar. Hoje ele sabia o que seu mordomo passará em todos esses anos servindo seu "Bocchan". Hoje ele era um ajudante de Sebastian Michaelis nos contratos que firmava e tudo era novo para ele, pois agora ele teria que aprender a buscar seu próprio alimento e firmar seus contratos, pois como é sabidos, demônios não se alimentam de comida humana, apenas de almas, almas de seus mestres. 
Apesar do tempo longo que se passou, Ciel continuava praticamente igual, mas ligeiramente mais alto que antes, com o mesmo corte de cabelo e agora com roupas escuras como a noite e com os olhos vermelhos e com as pupilas fendidas como as de cobra. Seu tapa-olho não era mais necessário, mas ele ainda o usava, talvez por uma melancolia do passado? Não, ele queria em seu intimo continuar sendo Ciel Phantomhive e seu tapa-olho seria como se ele continuasse a ser o mesmo de antes. Pelo menos em sua cabeça.
Apesar de tudo aquele estranho universo lhe era muito intrigante, havia se passado algumas décadas desde que havia se tornado um demônio e ele não sabia quase nada sobre aquele universo, Sebastian tratara de esconder muitas coisas a seu respeito e ele querendo ou não tivera que aprender a se virar por si só e não questionar os conselhos de seu mordomo.
Ele e Sebastian estavam morando na casa de um grande nobre mais exatamente na frança, este nobre havia firmado o contrato com Sebastian há um tempo e seu objetivo principal era conseguir uma vingança, assim como o antigo Ciel queria. 
Nesses anos todos, seu grande mordomo dividirá almas com seu mestre, não por imposição, mas por incrível que pareça, por uma extrema conexão entre eles, talvez um carinho, mas seria possível um demônio ter carinho por sua presa? 
Devorar almas não era algo que a principio fosse agradável de fazer, mas com o tempo passou a ser algo tão necessário que quanto mais demorado o período sem almas, mais fraco Ciel se sentia. Diferente de Sebastian, Ciel não era um demônio nato, já tivera sido um humano e para ele era mais difícil de resistir a toda fome que seu corpo manifestava. 
Ele sabia que o contrato com o velho nobre estaria para terminar e que desta vez era hora de Sebastian receber seu prêmio, por isso ele estava tramando algo para poder saciar sua terrível fome. 
A noite chegou e o velho nobre estava dormindo profundamente e a grande mansão estava silenciosa, lembranças vinham a sua mente, mas sentimentos era algo que ele não tinha mais, há muito tempo. 
-Sebastian- Ordenou o pequeno Ciel no meio do enorme salão de festas da mansão. 
Como um passe de mágica aquele homem magro e alto com roupas negras apareceu no meio do salão fazendo uma reverencia a Ciel e dizendo como de costume "Bocchan".
-Preciso falar com você Sebastian, me sinto atordoado com tudo isso. 
Ainda curvado perante o jovem Ciel, Sebastian o olhou com aqueles típicos olhos vermelhos e deu um leve sorriso.
-“Bocchan” parece não ter se acostumando com isso apesar de tudo, não é? 
Ciel não se deu ao trabalho de responder e logo ele e Sebastian foram para fora da grande mansão observar a noite e conversar sobre essa nova condição que o outrora conde estava passando. 
Ciel o chamava todas as noites para conversar, talvez porque se sentisse só de mais, embora tentasse negar a todo o custo algum sentimento dentro de seu coração, afinal agora ele era um demônio e não se permitia amar ou sentir saudades, entretanto ele tivera sido um humano por muito tempo, tivera nascido como humano e vivido grandes experiências com eles, não poderia ou conseguiria esquecer tudo aquilo. Ainda era um mero iniciante perto de seu grande mordomo. 
-"Bocchan"... Seguiu Sebastian enquanto caminhava com Ciel pela grande grama verde do jardim a luz da Lua. 
Ciel o olhou e ele seguiu dizendo – Você tem mudado muito dês de que começou sua jornada como demônio, talvez seu ódio fosse maior quando sua natureza fosse humana. – Sebastian o olhou de lado com os olhos vermelhos expressando um leve sorriso que deixou Ciel fervendo por dentro. A provocação de seu mordomo fora como uma faca em sua alma, capaz de rasgar mais profundo do que qualquer coisa. 
Ele havia vivido todos aqueles anos em busca de sua vingança, havia vivido toda sua vida humana abraçada ao ódio e agora era apenas uma existência no espaço cujo único objetivo era se alimentar e para isso ele teria que se submeter a todo e qualquer capricho de seu mestre. Outrora mestre e agora escravo. Ele não era mais conde e não teria mais Sebastian a sua inteira disposição, ele precisava de Sebastian para poder se virar no mundo dos demônios, mas ao mesmo tempo teria que se virar por conta própria enquanto Sebastian cumpria seus contratos. Tudo estava perdido e ele se lembrou do passado, um breve flash o fez lembrar de que se tivesse abaixado a cabeça por um segundo e atendido ao pedido de seu mordomo, certamente ele não estaria ali agora. Se ele não tivesse saído da caixa ele não teria sido capturado e suas memórias misturadas. Outra alma não teria habitado seu corpo e feito um contrato com outro demônio assim colocando tudo a perder. 
Arrependimentos não valiam mais apena, ele estava ali e precisava de um apoio, mas a vida se mostrara irônica para o outrora grande conde. Agora ele precisava de seu mordomo amado, agora ele não era apenas mais uma peça de seu tabuleiro, sem ele Ciel iria definhar por toda a eternidade.
-Cale-se Sebastian, escute o que eu tenho a te dizer, não estou interessado no seu sarcasmo. 
-Sim meu senhor. – Sebastian se calou e seguiu caminhando ao lado de seu mestre enquanto ele falava 
-Quantas almas você já devorou Sebastian?- Ciel faz essa pergunta enquanto caminha olhando para a grama
Sebastian ficou surpreso com a pergunta, mas mesmo assim respondeu – Não sei ao certo meu lorde, ao longo dos séculos e milênios foram muitas. 
-Conte-me sua experiência com almas Sebastian. – Nesse momento Ciel parou de caminhar e apenas olhou para Sebastian. 
Com seu cabelo azul escuro e sua franja sob os olhos ele esperava uma resposta de seu fiel mordomo. 
-“Bocchan”... 
- Não Hesite Sebastian, é uma ordem- Nessa hora o tom de sua voz se elevou e através da franja foi possível ver seu olho em um tom rosa/roxo brilhar com força.
Sebastian não iria desobedecer a uma ordem de seu eterno mestre, então ele começou a contar suas histórias. Pouco a pouco ele foi desenrolando as mais mirabolantes histórias e os mais estranhos personagens que fizeram parte de sua existência tão longa. Os dois estavam de pé sob a grama, um olhando para o outro e Ciel parecia muito atento, a saber, tudo que pudera sobre o passado de seu mordomo negro. 
Ele ia falando e falando, Ciel não piscava, estava sempre atento ao que ele dizia, a cada palavra até que ele decide interromper Sebastian para fazer uma pergunta.
-Você nunca se apegou tanto a uma alma quanto a minha?- Seus olhos ficaram vermelhos e com as pupilas fendidas e encontraram os olhos também vermelhos e calmos de Sebastian. Ciel tinha a estranha capacidade de controlar a cor dos seus olhos, hora normais e hora vermelha como o fogo do inferno, mas isso dependia mais do seu estado de espírito do que de sua vontade.
-Meu lorde, a sua alma é uma alma rara, desperta a atenção de vários demônios, mas nossa ligação é apenas pelo contrato que fizemos, sua alma me era saborosa e por isso eu fui tão longe por ela Bocchan. A conexão entre demônios e humanos é única e exclusivamente a sua alma, nada mais do que isso. 
Ciel não queria acreditar que a ligação entre eles era apenas pelo contrato estipulado há anos trás, que Sebastian estaria preso a ele para sempre contra sua vontade e que sua alma era o único objetivo disso. Ele queria acreditar que havia uma conexão de afeto entre ele e Sebastian
Ele gelou por um tempo e depois prosseguiu- Então porque você me deixou fazer uma segunda vingança? Minha alma vale tanto assim? 
Nessa hora os olhos de Sebastian brilharam como verdadeiros rubis e olhavam fixamente para Ciel. 
-Bocchan, você era meu jantar perfeito. Nenhuma alma que eu provei em todos os tempos era tão imaculada quanto a sua. Por isso travamos uma batalha por ela, mas no fim foi tudo em vão meu lorde.
Ciel apenas abaixou a cabeça e ordenou que ele continuasse a contar suas histórias através do tempo e as almas que ele conseguirá devorar. 
Sua tentativa era tentar entender como era ser um demônio e devorar almas ao decorrer do tempo, mas isso parecia uma tarefa incrivelmente fora de alcance. Ele iria depender de Sebastian para sempre. Ele tinha um mordomo para sempre e isto era incrivelmente bom, mas no fundo parecia que algo o incomodava muito, nisso tudo algo parecia que lhe deixava com muita raiva.
A conversa se estendeu para até o amanhecer e ele não sentia sono ou cansaço, nada era como antes, então ele e Sebastian se apressaram para preparar o café, mas mesmo assim Ciel estava com uma ideia na sua cabeça, algo muito perturbador em sua mente. 
Sebastian mexia os ovos para o café da manhã ao lado de Ciel na enorme cozinha e o olhava com seus olhos brilhantes como rubi. 
-Bocchan... - Pensava Sebastian consigo mesmo. 
O velho nobre tinha uma filha, ela era muito bonita, pele clara e longos cabelos brancos. Corpo cheio de curvas e peitos fartos. Era tão arrogante quanto o pai, mas Ciel fazia questão de atende lá pessoalmente, mas muitas vezes ela o ignorava, preferindo Sebastian. 
-Sebastian, Sebastian, sempre ele, sempre ele. Porque ela sempre o prefere? Ciel caminhava com a bandeja em sua mão voltando do quarto do velho nobre enquanto Sebastian atendia a jovem em seu quarto como ela ordenava todas as manhãs
-Porque eu estou sentindo isso? Mas que diabos... – Ele estava atordoado com os sentimentos e pensamentos que vinham tendo com o tempo... Era algo realmente novo para ele e realmente incrível. Será que ele estava com ciúmes da bela garota com fiel mordomo negro? 

(Periodicidade não definida) 

Autor: Luan Ferreira

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Olá querida, tudo bem com você? Pois então, ontem eu acabei de publicar quinto capitulo da história. Espero que goste.

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